quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O BAILE

Fui ao baile. Por muito tempo relutei para não ir,achava a maior derrota frequentar aqueles bailes da terceira idade;velhos,cheirando a naftalina,querendo bancar os garotões. Mas depois de muito insistir,Ronaldo acabou me convencendo. E o fato de ele sempre arranjar uma xerequinha por lá,animou-me.
No começo fiquei de canto,tomando minha cervejinha,enquanto urubuservava a "rapaziada". Ronaldo,que já era familiarizado com aquele lugar,estava dançando no meio do salão.
Fiquei divagando em meus pensamentos:eu passeando de mãos dadas com uma garota bem gostozinha de micro-saia(merda,com essa porra da reforma ortográfica não sei mas como se escreve) e uma calcinha atochada. Apenas sonho,jamais isso iria acontecer comigo,não pela minha idade avançada,mas porque não tenho la plata.
Uma senhora ficou a observar-me. E,para minha surpresa,levantou-se do lugar de onde estava e veio em minha direção. Realmente os tempos mudaram. Ela perguntou-me se eu era um novato, respondi que sim. Ficamos conversando horas e horas(netos, filhos, aposentadoria, artrose...). Depois fomos dançar ao som do rei.
- Você quer ir pro meu apartamento,depois?
- Ai,não. Acho que ainda não é o momento.
- Mas só é pra nós conversarmos um pouco mais intimamente.
- Paulo,eu não sou uma dessas mulheres de vida fácil. Sou avó de netos tenho que me dar ao respeito.
- Vamos,só para tomarmos um vinho,posso te mostrar a foto de meus netos.
- Tá bom,mas é só isso,hein.

Esta foi a nossa conversa formal,mas o que queríamos dizer mesmo era:

- Então,dá pra sê ou tá difícil
- Tá difícil.
- Ah,vai querer bancar a donzela agora,se fazer de cu doce.
- Ai,tá bom,se você me convidar mais uma vez eu aceito
- Vamos lá,só uns arreto.
- Então vamos de uma vez que eu a perigo hoje

Fomos para minha casa. Mostrei-lhe as fotos. Bebemos vinho. Passei a dizer-lhe ao pé do ouvido palavras carinhosas,disse que a muito tempo não me sentia daquele jeito,disse que a amava. Sim, vocês podem estar achando meio exagerado de minha parte dizer que a amava se não fazia nem vinte quatro horas que nos conhecíamos,mas sabe come é,elas que têm a xereca,então vale tudo.
Depois de eu muito insistir ela cedeu.
Ela gemia ofegante. Até que repentinamente ela parou. A véia tinha capotado. Enfarto.
Eu pude me gabar por tê-la matado de prazer. Literalmente.